quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Onde iniciar o Caminho?



Tudo depende do local de residência e da motivação para percorrer o Caminho. Ou melhor, dos dias que se tem para fazer a peregrinação. É como qualquer outra viagem: o planeamento depende sempre tempo disponível. Há várias rotas e há quem comece a sua Caminhada em  países tão distantes que vão  desde a  Espanha à Rússia, Polônia ou Bulgária. Dentro da Península Ibérica, existem alguns caminhos marcados sendo em Espanha os que estão melhores indicados e com maior número de infraestruturas de apoio aos peregrinos.

Caminho Francês – 775 km. É o mais popular de todos. Começa na França, em Saint Jean Pied de Port, e cruza toda a Espanha. É o caminho com mais alojamentos, serviços e, consequentemente, mais peregrinos.
Caminho Primitivo – 252 km. Trata-se do primeiro caminho conhecido. Sai de Oviedo e encontra o Francês na cidade de Palas de Rei. Foi por esta rota que o rei Afonso II, o Casto, o primeiro peregrino do Caminho, chegou à então recém descoberta tumba do apóstolo no século IX.
Caminho do Norte – 814 km. Começa em Irún, no País Basco, e encontra o Caminho Francês na cidade de Arzúa. Uma rota muito antiga, percorrida pelos reis da Idade Média, e que passa muito perto do litoral norte da Espanha. Nele, há poucos alojamentos públicos, mas não faltam albergues privados.
Caminho Português – Essencialmente, esta rota começa na fronteira da Espanha com Portugal, mas seu trajeto varia. Pode começar no Faro ou em Lisboa e sua extensão mínima é de 114 km.
Epílogo a Fisterra – Os que chegam a Santiago e querem ver o fim do mundo (Finisterre, em latim) percorrem os 90 km que ligam as duas cidades. Ao chegar ao litoral, os peregrinos queimam uma  peça da roupa (ou todas) usada na peregrinação.
Vía de la Plata (que sai de Sevilha e é a maior rota de todas) e os caminhos Aragonés,Basco e Sanabrés são outras opções dentro da Península Ibérica, que se encontram com alguns dos caminhos acima.


A credencial do peregrino.



Depois de tomar a decisão de  fazer o Caminho de Santiago, uma das primeiras preocupações é obter a Credenciais do Peregrino que, embora não sendo obrigatórias para se chegar a Santiago de Compostela, são bastante aconselháveis.
Credencial do Peregrino é um documento que tem a sua origem nas “cartas de apresentação” e nos “salvo-condutos” que os peregrinos levavam na época medieval e lhes concedia certos privilégios.
Actualmente, a Credencial do Peregrino é o documento que nos identifica como peregrino e serve para ter acesso aos albergues oficiais, ao apoio médico das equipas da Cruz Vermelha e ao apoio das autoridades ao longo da peregrinação. Nos Albergues de Peregrinos a apresentação da Credencial é condição fundamental para se ser recebido. Com esta Credencial, terem-se acesso aos Albergues de Peregrinos que em Espanha são muito baratos ou são gratuitos, sendo no entanto aconselhável deixar uma pequena contribuição monetária para ajudar nas despesas de manutenção do local.
Esta Credencial só será atribuída aos peregrinos que pretendam fazer um mínimo de 100 km a pé ou a cavalo ou 200 km de biciclete.
Assim, os pregrinos recebem as suas Credencias já preenchidas com o seu nome, a data e o local da partida e o modo como se faz o Caminho (a pé, a cavalo ou de bicicleta).

Depois, durante a caminhada, a Credencial deverá ser carimbada nos Albergues, Refúgios, Igrejas, Polícia, e outras entidades administrativas e/ou em estabelecimentos comerciais que comprovem a passagem por todos estes pontos do Caminho, no mínimo de dois carimbos diários, tendo espaço para um total de 40 carimbos.
Em Portugal, a Associação Espaço Jacobeus (AEJ) é a única entidade responsável, autorizada pela Igreja Compostelana, para a gestão e distribuição da autêntica “Credencial do Peregrino“, e os pedidos devem ser feitos para a seguinte morada:
Associação Espaço Jacobeus
(CAB) Praça da Faculdade de Filosofia, nº 16
Apartado 3056
4711-906 Braga
Tel. 931 602 448
E-mail: aej_credencial@hotmail.com
No site da Associação Espaço Jacobeus está toda a informação necessária à obtenção da Credencial do Peregrino bem como as regras para a sua utilização.
Para quem é (ou foi) estudante universitário, existe também a Credencial Jacobea Universitária, para carimbar nas universidades que se forem encontrando pelo Caminho.
Caso não se consiga obter uma credencial, pode-se sempre pedir ao pároco da paróquia da área de residência uma carta que ateste que se vai peregrinar a Santiago dentro do “espirito cristão”, com os devidos carimbos de certificação. Em alternativa pode-se ainda fazer um “Diário de Peregrinação” num caderno, com algumas folhas dedicadas aos carimbos.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

História das "flechas amarillhas".



O pároco de Cebreiro, o padre Elias Valina, autor de um guia do Caminho, vendo como as pessoas se perdiam, teve uma ideia fantástica. Pediu os restos de tinta a uns trabalhadores que pintavam a estrada e resolveu pintar setas amarelas nos caminhos, em árvores, em pedras, em casas...
Assim, nasceram as famosas setas amarelas! 
As flechas amarillas do Caminho de Santiago, hoje mundialmente conhecidas, e em formato normal, ou estilizadas, são o sinal mais importante do Caminho de Santiago.

Sinalização do Caminho.


Será que estou no Caminho Certo?

É dificil não encontrarmos o caminho, difícil mas não impossível. Faz parte do caminho encontros e desencontros; pausas para pensar; experiências com algo ou alguém. A sinalização característica dos caminhos de Santiago é:
  • Uma flecha amarela;
  • Uma faixa amarela;
  • Uma vieira (concha)
  • Um marco (com ou sem a vieira)
  • Faixas a Branco e Vermelho (GR-Percursos Grande Rota)
  • Faixas a Amarelo e Vermelho (PR-Percursos Pequena Rota)
Como regra geral o Caminho passa sempre em frente à Catedral ou a Igreja mais importante da cidade.
Setas amarelas pintadas nos muros, nos postes, no chão e nas árvores, blocos de granito com conchas e setas esculpidas, tudo isso ajuda o peregrino, mas sem os mapas é mais dificil calcular as distâncias, saber o nome das cidades, saber onde ficam as fontes de água e bares. Se hover o azar de nos perdermos, devemos manter a calma e tranquilidade porque ser peregrino não é apenas chegar a Santiago.
Ter especial atenção nas bifurcações verificar bem se existe algum sinal a indicar o caminho, mesmo que não seja um sinal convencional.
O nome peregrino vem do latim "Peregrinus", significa "aquele que cruza os campos". Os nossos pés irão guiar-nos para onde devemos ir. Os nossos olhos vão ver as paisagens que escolherem ver, mas o mais importante disto tudo é que a "a nossa mente deverá estar onde nós estivermos, pois, lá estará o nosso caminho"(ditado sobre o Caminho).

Fonte: http://meiabotabotaemeia.blogspot.pt/